Onde investir na renda fixa

Por Júlia Lewgoy, Valor Investe – São Paulo – 18/06/2020 05h01 Atualizado há 2 horas
Para quem não gosta de muito risco e quer explorar a renda fixa, ainda existem algumas poucas opções que se salvam, mesmo com a taxa básica de juros tão baixa. Mas você vai ter que ter paciência: as aplicações financeiras de renda fixa com algum rendimento que preste são de longo prazo.
Entre elas, estão os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação. Tudo bem que a inflação não está rendendo nada — os preços caíram 0,38% em maio, maior deflação para o mês desde 1980, segundo o IBGE —, mas esses papéis rendem o IPCA mais uma taxa prefixada, que chega a mais de 4% ao ano nos títulos de prazo de vencimento mais longo, como em 2035 e 2045. Nada mal em relação a Selic em 2,25% ao ano.

Essa taxa está alta porque é preciso oferecer um “prêmio de risco”, no jargão do mercado, para o investidor, em meio a toda essa incerteza do que vai acontecer com a economia e com os juros nesse longo espaço de tempo. Quanto mais longa, melhor a taxa paga. E se o investidor deixar o dinheiro aplicado até o vencimento do título, ainda protege o seu patrimônio da alta generalizada dos preços. Mas aí é para investir pensando em usar a grana no longo prazo, porque, se resgatar antes do vencimento, corre o risco de ter retorno negativo.

“Estamos enxergando potencial nos títulos indexados à inflação com vencimento em 2035. Enxergamos meses melhores do que já passamos daqui para frente”, diz Edgard Castro, sócio da Acqua.

Há quem indique também comprar títulos prefixados no Tesouro Direto de prazos mais longos. O papel com vencimento em 2026, por exemplo, está oferecendo pagar mais de 6% ao ano. Seria uma alternativa de diversificação. No entanto, o risco de investir nesses títulos é maior.

“Hoje, no cenário em que estamos vivendo, zeramos nosso portfólio de prefixados, porque enxergamos risco de haver um aumento na taxa de juros nos próximos anos”, diz Castro. Se os juros subirem mais do que o esperado, o investidor corre risco de ficar preso em um papel prefixado e deixar de ter retorno maior.

Este também é um bom momento para comprar títulos de crédito privado (ou cotas de fundos que investem nesses títulos), como debêntures ou CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), recomendam especialistas. Segundo eles, há papéis de empresas de pouco risco com prêmios elevados, depois que esses produtos causaram dor de cabeça para seus investidores no auge da crise, em abril. Por conta desse momento de pânico no mercado, as taxas de crédito privado ficaram atrativas.

“Mesmo assim, como não tem Fundo Garantidor de Créditos, é bom investir de forma escalonada e não botar tudo em um único título”, diz Sylvio Fleury, diretor de relações com o mercado da Ativa Investimentos

Fonte.: https://valorinveste.globo.com/objetivo/hora-de-investir/noticia/2020/06/18/com-queda-da-selic-para-225percent-ao-ano-veja-o-que-fazer-com-os-seus-investimentos.ghtml

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