Com queda da Selic para 2,25% ao ano, veja o que fazer com os seus investimentos

Boa parte dos investimentos conservadores deve ter um retorno real — ou seja, descontando a inflação — zero ou negativo. E agora, José?

Por Júlia Lewgoy, Valor Investe — São Paulo

 

Isso acontece porque muitas aplicações financeiras de renda fixa, como títulos do Tesouro Direto ou CDBs, têm sua rentabilidade atrelada à taxa básica de juros. Então, se ela cai, o retorno do produto também fica menor. E agora, significa que todo mundo precisa sacar tudo desses investimentos e correr para a bolsa? Calma, fera.

Ao reduzir a Selic, a tendência é que os empréstimos fiquem mais baratos e que as empresas e as pessoas tomem crédito para produzir e consumir. É um jeito do BC estimular que a economia saia da crise do coronavírus mais rapidamente. Para cortar a taxa básica de juros, o Banco Central precisa estar seguro de que os preços estão sob controle e que não correm risco de ficar acima da meta de inflação, como aconteceu agora.

O mercado financeiro espera que a Selic termine 2020 em 2,25% ao ano (exatamente onde está desde a decisão de ontem), e que suba um pouquinho em 2021, chegando a 3% no final do ano que vem. As expectativas estão no Boletim Focus, divulgado toda segunda-feira pelo BC.

Mesmo com essa projeção nada animadora para investidores conservadores, os especialistas explicam que, ainda mais durante uma crise econômica, ninguém pode mexer na sua reserva de emergência. A cartilha de planejamento financeiro manda ter o equivalente a entre seis meses e um ano de salário investido em uma aplicação financeira atrelada à taxa básica de juros, que possa ser resgatada a qualquer momento.

Pode ser em títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic ou fundos simples com taxa zero, que investem somente nesses papéis, em plataformas como Órama, Pi, BTG Digital e Rico. Ou pode ser, ainda, em contas digitais com rendimento automático, que rendem 100% do CDI (uma taxa quase igual à Selic), como a NuConta, do Nubank, ou a PicPay.

“A reserva de emergência tem que fazer parte da carteira sempre e hoje ela vai render muito pouco, mas não tem como fugir disso. Nessa crise, vimos a importância de ter esse valor”, diz Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama e colunista do Valor Investe.

Quanto maior a chance de você demorar para se recolocar no mercado se perder emprego ou renda, maior deve ser a sua reserva. Autônomos, por exemplo, devem ter uma reserva de emergência maior do que engenheiros ou profissionais da área de tecnologia.

Sandra ressalta que agora, com a Selic tão baixa, não dá mais para se dar ao luxo de deixar dinheiro além da reserva de emergência em investimentos tão conservadores assim. E é preciso fazer uma separação mais cirúrgica do que é reserva de emergência e do que não é.

Ok, recado dado. Se você não tem uma reserva de emergência formada, não é para correr para a renda variável. É para, primeiro, terminar esse investimento. Mas se você já tem essa reserva, aí, sim, começa a brincadeira.

Fonte.: https://valorinveste.globo.com/objetivo/hora-de-investir/noticia/2020/06/18/com-queda-da-selic-para-225percent-ao-ano-veja-o-que-fazer-com-os-seus-investimentos.ghtml

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